Tarot

Tarot de Marselha
Tarot de Marselha

As origens do Tarot são obscuras. Pouco temos de material concreto sobre o conteúdo histórico que envolvem as lâminas. Referências documentadas, tratam da entrada das cartas na Europa, durante o período final do século XIV. Embora existam comprovações anteriores de jogos de cartas no Oriente, nenhuma narração aponta para as lâminas do Tarot. Mesmo as pesquisas do italiano Francisco Petrarca (1304-1374), apontando para pistas em seus poemas que sinalizam os Trunfos do Tarot, de fato, a primeira referência às cartas foi feita pelo monge alemão Johannes Von Reinfeldem, quando em 1377, escreveu ao clero sobre a chegada de um jogo de cartas em seu país, semelhante ao jogo de xadrez. Dez anos depois, o rei de Castela João I, na Espanha, criou um decreto proibindo os jogos de cartas, sem causar problemas necessariamente a seus usuários.

Com a limitada informação sobre o histórico do Tarot, um universo especulativo abriu-se diante dos possíveis criadores do Tarot. Alguns pesquisadores acreditam ser os egípcios, através do deus-homem Toth ser o seu criador; outros apontam para os ciganos, povos nômades do oriente; ainda mesmo os sarracenos, hebreus, templários, atlantes, chineses, extraterrestres, etc. Nota-se que muitas são as possíveis origens, mas nada concreto.

Durante o período do século XV, a Igreja se posiciona pela primeira vez sobre as cartas. Proíbe a utilização das mesmas por sacerdotes, sem explicações contudo. Durante esse século floresceram os termos Trunfo, Tarocchino, Tarocco, Mincchiatti para designar as cartas. Alguns artistas e artesãos surgem com insistência na Itália, Alemanha e França.

Já no período do século XVI, os termos Tares, Tarotté e Tarotiers são utilizados com frequência pelos franceses. Há um frequência do ciclo das cartas principalmente na Itália, Espanha, França e Alemanha. Em 1450 é publicado um livro que faz uma descrição dos Trunfos do Tarot e métodos de advinhação aplicáveis.

O termo Tarot surge, de fato, no século XVII. Durante esse século, o baralho já possuía a estrutura de 78 lâminas (com nomes e números) e a proliferação do objetivo oracular teve uma crescente repercussão durante essa fase. Apesar de todo esse contexto, as referências à origem do baralho só vieram a acontecer no século seguinte. Dentro desse período houve uma divisão do Tarot em Tarot de Jogo e Tarot Divinatório; enquanto o primeiro servia exclusivamente ao entretenimento (sendo utilizado até hoje em campeonatos), o segundo se propunha à revelação do futuro. Surgiu nessa época o famoso Tarot de Marselha que deu origem à muitos outros baralhos marselheses.

No século XVIII, o renomado enciclopedista e historiador francês Antoine Court de Gébelin, publica em seu livro "Le Monde Primitiff", a possível origem do Tarot, que influencia decisivamente futuros pesquisadores. Muito do que temos de herança hoje, nasceu dessa época, trazendo literaturas que definiriam o rumo do Tarot. Apesar do apontamento para uma possível origem do Tarot, Gébelin desenha um baralho que nada traz de simbolismo egípcio.

No século XIX, o Tarot toma novos rumos feitos pelas associações de conhecidos ocultistas como Eteilla, Eliphas Levi, Oswald Wirth, entre outros, estabelecendo relações do Tarot com as letras hebraicas (Kabbalah), astrologia, mitologias, numerologia, enfim com o próprio pensamento da Magia. Surgiram daí, muitas idéias controversas, escolas e linhas de pensamento diversas, enriquecendo a literatura sobre o tema e lançando o nome Tarot ao mundo. Esse fenômeno de final de século estava ligado intimamente ao crescimento de novas ordens esotéricas e o renascimento de outras.

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